quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Caravana percorre cidades mais atingidas pela violência no interior

Deputado Jeferson Fernandes revelou da tribuna dados sobre a criminalidade no estado, onde 70% dos assassinatos ocorrem na Grande Porto Alegre



Ulisses Nenê - Foto: Marcelo Bertani | Agência ALRS


Presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, o deputado Jeferson Fernandes (PT) anunciou, na sessão plenária desta terça-feira (03), que uma caravana da comissão está percorrendo as cidades mais atingidas pela violência no interior do estado. Ele revelou que, entre abril e junho deste ano, 414 pessoas foram assassinadas no Rio Grande do Sul, sendo que 70% destes crimes ocorreram em 13 municípios da Grande Porto Alegre. No mesmo período, aconteceram 15 latrocínios.

“Ambos os tipos de crimes diminuíram em relação ao primeiro trimestre deste ano, mas os dados continuam sendo muito preocupantes”, disse. Segundo ele, as cidades mais violentas do Rio Grande do Sul são Alvorada, Canoas, Caxias, Gravataí, Guaíba, Novo Hamburgo, Passo Fundo, Pelotas, Porto Alegre, São Leopoldo, Sapucaia e Viamão. “Vejam que boa parte desses crimes ocorreu em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Nesse caso, nossa atenção há de se concentrar na elucidação dos crimes, e a maioria deles, ouso dizer, tem relação com o tráfico de drogas”, afirmou.

No interior, continuou, a violência doméstica – contra a mulher, contra as crianças e contra os idosos – é a que mais preocupa. É um tipo de crime que ocorre no espaço familiar e, portanto, de difícil elucidação. Noventa por cento dos abusos e das violências sexuais cometidos contra crianças e adolescentes, por exemplo, são praticados dentro de casa, relatou o deputado. Por conta desta diferença em relação à capital, a comissão criou a chamada Caravana da Cidadania e dos Direitos Humanos.

Ela vai aos municípios chamando para discutirem a situação com os deputados os representantes do Judiciário, Ministério Público, Polícia Civil, Brigada Militar, conselhos tutelares, escolas e organizações da sociedade civil que se preocupam com a temática dos direitos humanos e contra a violência. “O resultado tem sido muito exitoso. Em primeiro lugar, apresentamos os dados da violência para as pessoas perceberem o que acontece no seu Município em termos de criminalidade; em segundo, chamamos a atenção para o fato de que, para combater a maioria desses crimes, não basta apenas aumentar o número de viaturas ou dos efetivos da Brigada Militar e da Polícia Civil”.

Ele citou como exemplo Horizontina, onde, a partir da caravana, foi formada uma rede de proteção das crianças e dos adolescentes. A cada mês o Judiciário chama as entidades para fazer discussões temáticas sobre as violações dos direitos das crianças e dos adolescentes. O deputado destacou ainda que, nesta terça-feira, foi entregue na casa um projeto de lei do Executivo que visa criar o sistema de proteção dos direitos humanos no Rio Grande do Sul: “Essa caravana que visa estabelecer redes de proteção nos municípios irá se fortalecer com esse sistema aqui proposto. Por isso, colocamo-nos a inteira disposição para aprofundar o debate e a reflexão e encontrar saídas para os graves problemas já mencionados”.

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