quinta-feira, 22 de maio de 2014

Método APAC

Método APAC de execução penal é  apresentado aos alunos da UniRitter


A Comissão de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH) da Assembleia Legislativa, presidida pelo deputado Jeferson Fernandes (PT), promoveu, na segunda-feira (19), o seminário sobre o Método APAC de Execução Penal, para os alunos do Centro Universitário Ritter dos Reis/UniRitter, campus Porto Alegre. A atividade reuniu professores, alunos e representantes do Legislativo, Judiciário e da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC).

O seminário foi aberto pelo presidente da CCDH, deputado Jeferson, que contextualizou sobre o Método APAC de ressocialização de apenados, aplicado há mais de 40 anos, em Minas Gerais e sobre o funcionamento das casas prisionais regidas pela metodologia. Segundo o parlamentar, o principal diferencial das APAC’s é o tratamento mais humanizado aos presos que, nos locais, são chamados de recuperandos. “Para entrar em uma APAC, a pessoa já tem de ter sido condenada, independente do crime e tempo de pena, além de realmente concordar com a disciplina e regras das casas. Lá eles precisam manter a higiene pessoal e do ambiente coletivo, estudar, trabalhar e participar de atividades em grupo”, explica Jeferson.

O promotor de Justiça, Gilmar Bortolotto, realizou uma exposição sobre a situação carcerária no RS. Ele apresentou fotos dos presídios, números e relatou sobre o trabalho que realiza nas penitenciárias. Para Bortolotto, é preciso repensar o sistema prisional como um todo, para que as pessoas que cumprem pena privativa de liberdade possam ter a oportunidade de se ressocializarem e, assim, não voltarem a cometer crimes.

O ex-detento e hoje presidente da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados de Canoas (primeira APAC gaúcha), Ênio Andrade fez um relato emocionante, desde os primeiros delitos, a vida no cárcere, até o momento em que conquistou a liberdade. Segundo Ênio, o sitema carcerário convencional não recupera os apenados. “É preciso pensar formas para que o preso não fique na ociosidade, que tenha oportunidade de estudar e aprender uma profissão. O que acontece hoje é que as penitenciárias são escolas do crime”, afirma. Para ele, o Método é uma ótima alternativa para que os apenados tenham uma outra perspectiva após o cumprimento de suas penas. “O tratamento mais humanizado, com uma estrutura adequada e o apoio da família é o que faz a diferença na APAC. Não se quer com isso que sejam abrandadas as penas, o que se almeja é que o sujeito após cumprir seu tempo, retorne à sociedade e não volte a cometer delitos”. Após as explanações, foi aberto um período para perguntas e questionamentos.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS

Enfrentamento à violência contra crianças será tema de audiência pública

Cristiane Vianna Amaral - MTE 8685 - 10:02 - 21/05/2014 - Foto: Pedro Belo Garcia



A Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, presidida pelo deputado Jeferson Fernandes (PT), aprovou a realização de audiência pública para debater o enfrentamento à violência, à exploração sexual e ao tráfico de crianças e adolescentes. A solicitação do deputado Aldacir Oliboni (PT) foi apreciada na manhã desta quarta-feira (21). Devem ser convidados representantes da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, Secretaria Estadual da Justiça e dos Direitos Humanos, Secretaria Estadual da Segurança Pública, Conselhos Tutelares, Conselho Estadual da Criança e do Adolescente, Ministério Público do Estado, Defensoria Pública do Estado, Departamento Estadual da Criança e do Adolescente da Polícia Civil, Ministério Público do Trabalho, entre outras organizações.

Também estiveram presentes na reunião ordinária da comissão os deputados Álvaro Boessio (PMDB), Ciro Simoni (PDT), Adolfo Brito (PP), Elisabete Felice (PSDB), Miki Breier (PSB) e Cassiá Carpes (SDD).

quinta-feira, 15 de maio de 2014

CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS

Grupo de trabalho buscará soluções negociadas para ocupações de Eldorado do Sul e Cachoeirinha 


Luiz Osellame - MTE 9500 | Agência de Notícias - 11:45-15/05/2014 - Edição: Marinella Peruzzo - MTE 8764 - Foto: Karine Viana

Audiência reuniu parlamentares, representantes das ocupações e do poder público

A Comissão de Cidadania e Direitos Humanos debateu, na noite de quarta-feira (14), a situação da ocupação Pinheiro, situada no município de Eldorado do Sul, e da ocupação Loteamento Santa Cruz, no município de Cachoeirinha. Um grupo de trabalho será formado para avançar no tema. 

O deputado Edegar Pretto (PT), que presidiu o encontro, avaliou positivamente o debate e destacou que a Comissão de Cidadania e Direitos Humanos está atenta para questões que envolvam a violação de direitos dos cidadãos nas ocupações. Ele sublinhou que o direito à moradia digna está previsto na legislação brasileira e que não é mais tolerável a utilização de violência física e moral contra aqueles que apenas buscam o direito constitucional à moradia. "Vamos fazer os encaminhamentos formais das denúncias que vocês nos trouxeram", disse. "Nos casos que envolvem servidores da segurança pública, seja por negligência ou desrespeito aos direitos humanos, os atingidos devem encaminhar denúncia junto à Ouvidoria da Brigada Militar ou à Comissão de Cidadania e Direitos Humanos e nós faremos a denúncia formal", garantiu o parlamentar.

Edegar também destacou a necessidade de se estabelecer um diálogo permanente com as secretarias estaduais do Meio Ambiente, da Justiça e dos Direitos Humanos, de Habitação e Saneamento e da Segurança Pública, a Defensoria Pública e representantes da ocupação para a elaboração de uma agenda específica para tratar da ocupação de Eldorado do Sul e buscar uma solução negociada para que os ocupantes tenham garantido o direito à moradia digna.

O deputado Aldacir Oliboni (PT) salientou que sempre que a CCDH for acionada fará os encaminhamentos necessários para resolver as questões de moradia para os ocupantes das áreas em conflito. Ele destacou que será solicitado ao comandante da Brigada Militar o fim de qualquer tipo de utilização de força e violência contra pessoas que ocupam áreas de terras para moradia.

Moradia como direito

A representante do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), Ceniriani Vargas da Silva, destacou que, por conta da falta de políticas públicas para a construção de moradias, é que surgem as ocupações. Ela sublinhou que o direito à moradia digna está previsto no artigo 5º da Constituição Federal e que a ocupação busca apenas a satisfação deste direito.
Para Lucimar Siqueira, representante do Fórum Estadual de Reforma Urbana, existe uma grande diferença de tratamento por parte dos poderes constituídos para com aqueles lutam pela moradia digna e aqueles que apenas utilizam a terra para especulação imobiliária. Ela cobrou coerência dos órgãos ambientais, que multam ocupantes que utilizam árvores para a construção dos barracos da ocupação, enquanto nada é feito contra proprietários de mansões que ocupam áreas de preservação.

Tatiane Moura Nogueira, também do MNLM, e representante da ocupação Pinheiro, de Eldorado do Sul, relatou que os ocupantes sofrem perseguição dos agentes ambientais do estado e denunciou a precariedade das condições de vida das famílias.
O advogado da ocupação Santa Cruz, de Cachoeirinha, Paulo René, solicitou maior empenho do Poder Legislativo estadual para encaminhar soluções para os problemas de moradia existentes no Rio Grande do Sul. Para ele, a única forma de garantir o direito constitucional à moradia é envolver todos os poderes e abrir um diálogo franco para que a solução realmente ocorra.

A defensora pública Adriana Schefer do Nascimento sublinhou quer o único encaminhamento a ser feito para buscar uma solução para as ocupações é pressionar os poderes Executivo para que implementem políticas públicas de moradia e cumpram o que determina a Constituição.

O representante da prefeitura de Eldorado do Sul, Fábio Leal, afirmou que o município está de mãos atadas para resolver o ´problema da ocupação Pinheiro, pois a área pertence ao Estado.

O representante da Brigada Militar, Major Paulo Leandro Rosa Abrahão, destacou que a segurança pública é dever do Estado e direito do cidadão e solicitou que a população auxilie e denuncie as ações ilegais de integrantes da corporação. Ele defendeu o diálogo entre as partes como forma de entendimento antes que a justiça emita uma ordem de despejo, que a Brigada Militar é obrigada a cumprir.

O representante da gerência executiva de habitação da Caixa Econômica Federal de Porto Alegre, Jair F. Niño Porto Alegre, sublinhou que a instituição  conhece muito bem a questão e que está à disposição para auxiliar no encaminhamento de soluções para as ocupações.
Para Marcos Vinício de Souza Wink, representante da secretaria de Justiça e Direitos Humanos, é inconcebível defender os direitos humanos sem defender o direito à moradia. Ele sugeriu que a ALRS, através da CCDH, atue como câmara de negociação para buscar a solução para as questões que envolvem o tema da moradia no estado.

O representante da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Fabrício Dias, reafirmou que dentro de uma unidade de preservação ambiental não deve haver moradias, mas a secretaria é sensível à situação dos ocupantes e espera que as negociações alcancem os objetivos desejados pelas famílias que estão no Pinheiro.

Presenças

Também participaram da audiência pública desta quarta-feira vereadores de Cachoeirinha e Eldorado do Sul, além de representantes de outras ocupações existentes no Rio Grande do Sul.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Internet Gratuita

CCDH aprova PEC que defende internet gratuita onde não há oferta de banda larga

Sheyla Scardoelli* MTE 6727 - 11:05 - 14/05/2014 - Foto: Thanise Melo


Parlamentares aprovaram parecer a PEC e proposta de audiência pública

A Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, presidida pelo deputado Jeferson Fernandes (PT), aprovou duas proposições na manhã desta quarta-feira (14), em reunião ordinária.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 228/2013 foi defendida por seu relator, deputado Giovani Feltes (PMDB), recebendo a aprovação dos outros nove deputados presentes. De autoria do deputado Mano Changes (PP) e mais 53 parlamentares, a PEC defende a disponibilização de acesso gratuito à Internet e dá ênfase à ampliação do alcance da rede em regiões onde as empresas não têm interesse em explorar o serviço em virtude da demanda. Segundo Feltes, a medida ajudaria a promover a inclusão social.

A outra matéria aprovada, por unanimidade, foi um requerimento de audiência pública, de Miki Breier (PSB). O objetivo da audiência é expor as produções cognitivas, via exibição de curtas-metragens, e ouvir as propostas de estudantes a partir das reflexões feitas no Projeto Curta na Educação, sobre o tema "Tráfico Humano". A audiência será na Assembleia Legislativa. Devem ser convidados representantes da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e da Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos do Rio Grande do Sul e o  arcebispo de Porto Alegre, dom Jaime Spengler.

A comissão promove hoje, às 18h15, audiência pública no Espaço da Convergência do Fórum Democrático, no térreo, para debater a ocupação Pinheiro, em Eldorado do Sul e a ocupação Loteamento Santa Cruz, em Cachoeirinha.

Presenças

Também estiveram presentes na reunião os deputados Valdeci Oliveira (PT), Álvaro Boéssio (PMDB), Aldacir Oliboni (PT), Ciro Simoni (PDT), Adolfo Brito (PP),  Elisabete Felice (PSDB), Miki Breier (PSB) e Cassiá Carpes (SDD).
*Com informações de Janaína Marques

terça-feira, 13 de maio de 2014

Pacto pelo fim do racismo

Solenidade marca adesão da Assembleia gaúcha ao Pacto pelo Fim do Racismo Institucional 
Letícia Rodrigues - MTE 9373 | Agência de Notícias - 19:28-13/05/2014
Edição: Sheyla Scardoelli - MTE 6727 - Foto: Marcos Eifler



Solenidade marcou adesão do Parlamento ao pacto que une os três Poderes

No dia em que se lembra os 126 anos da abolição da escravatura no país, a Assembleia gaúcha adere ao Pacto Estadual pelo Fim do Racismo Institucional. Uma cerimônia no fim da tarde desta terça-feira (13), no Salão Júlio de Castilhos, marcou oficialmente o momento. O documento foi assinado, mais cedo, pelo presidente da Casa, Gilmar Sossella (PDT), antes de viajar a Brasília, onde cumpre agendas de interesse do Estado.

O Pacto Estadual pelo Fim do Racismo Institucional é um  conjunto de compromissos assumidos pelas três instâncias de Poder (Legislativo, Executivo e Judiciário) e pelos auxiliares constitucionais da Justiça (Advocacia Pública, Ministério Público e Defensoria Pública) no Estado do Rio Grande do Sul, com o objetivo de identificar e propor medidas para eliminar práticas de racismo institucional nas instituições públicas do Estado. Os demais poderes já haviam assinado o documento em cerimônia realizada no dia 21 de março de 2014.

Manifestações*

O presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, deputado Jeferson Fernandes (PT), destacou o momento ímpar para o RS e para o país que é a assinatura coletiva desse pacto, que prevê ações coletivas e individuais de cada signatário. Ele disse que um elemento fundamental apontado durante a discussão para a elaboração do pacto em cada instituição é admitir que existe o racismo, e estendeu a questão também à população indígena, que também sofre preconceito.

A representante do Movimento Negro, Malu Viana, saudou as ações já realizadas pelo governo federal em prol da comunidade negra, como a criação de cotas em concursos públicos. Também lembrou que o Movimento Negro do RS é uma referência de luta, de participação e de mudança. Ela ainda cobrou mais políticas públicas para a juventude negra.

O presidente em exercício da ALRS, deputado Catarina Paladini (PSB), ressaltou a importância da adesão de todos os poderes nesse pacto e citou a criação da Frente Parlamentar contra o Racismo, a Homofobia e outras formas de Discriminação, coordenada pelo deputado Valdeci Oliveira (PT), como uma das ações já realizadas pelo Legislativo estadual.

Compromissos assumidos*

Os signatário do Pacto Estadual pelo Fim do Racismo Institucional comprometem-se a cumprir quatro compromissos:

Aderir ao Selo Igualdade Racial é Pra Valer – Ação pelo Fim do Racismo e dar a mais ampla divulgação da iniciativa;

Identificar normas, políticas públicas e/ou práticas institucionais que apresentem conteúdo discriminatório ou que tenham efeitos discriminatórios sobre a população negra no Estado e adotar as medidas legislativas, regulamentares e administrativas que considerem adequadas para sanear as situações discriminatórias identificadas e prevenir a prática de novas discriminações;

Incentivar e promover o desenvolvimento de uma competência cultural entre o quadro de servidores públicos para que o enfrentamento ao racismo seja de fato incorporado em todas as etapas do processo de formulação, implementação e avaliação das políticas e dos serviços, adotando medidas para a garantia de visibilidade e respeito à dignidade e singularidade das pessoas negras destinatárias da sua atuação institucional;
Adotar medidas concretas para promover o ingresso de pessoas negras nos seus quadros de pessoal permanente, temporário, cargos em comissão, funções gratificadas e vagas para estagiários, por meio da adoção de cotas raciais e outras medidas correlatas.

Presenças

Também estiveram presentes na solenidade os deputados Miki Breier (PSB) e Raul Carrion (PCdoB); a secretária estadual da Justiça e dos Direitos Humanos, Juçara Maria Dutra Vieira; o subprocurador-geral de Justiça, Ivory Coelho Neto; o subdefensor público-geral, Marcelo Dadalt; o procurador-geral do Estado, Carlos Henrique Kaipper; o superintendente-geral da AL, Artur Souto; o chefe de gabinete da Presidência da Casa, Jair Müller; além de representantes de entidades e organizações não-governamentais. 

* Com informações do governo do Estado

Pacto pelo fim do Racismo Institucional


Ato Público


quarta-feira, 7 de maio de 2014

Debate Público sobre a APAC na UniRitter


DIREITOS HUMANOS

Comissão debate preparativos para a Copa do Mundo

Cristiane Vianna Amaral - MTE 8685 - 15:33 - 07/05/2014 - Foto: Gabriele Didone/Divisão de Fotografia


Comissão ouviu órgãos e entidades envolvidas no evento

A polícia cidadã e os megaeventos no Rio Grande do Sul foram tema de audiência pública promovida pela Comissão de Cidadania e Direitos Humanos na manhã desta quarta-feira (7), na sala João Neves da Fontoura (Plenarinho). O debate foi proposto pelo próprio presidente da comissão, deputado Jeferson Fernandes (PT), tendo em vista os impactos da Copa do Mundo no estado, em especial na cidade-sede de Porto Alegre. “Queremos a garantia do direito à manifestação, mas também precisamos de mecanismos para coibir os excessos”, declarou na abertura.

Como encaminhamento da reunião, serão identificados todos os representantes de órgãos e entidades envolvidos na Copa, com seus respectivos contatos, para promover a atuação conjunta.

Representantes ressaltam objetivos comuns e integração institucional

O delegado Carlos Sant’Ana, representante da Secretaria de Segurança Pública e coordenador do programa Territórios da Paz, garantiu que o estado está preparado para preservar os direitos dos manifestantes, mas também dos outros cidadãos, inclusive seu patrimônio. Ele também afirmou que o governo está atento ao tráfico de pessoas e à exploração sexual, bem como às fronteiras. Ele ressaltou ainda a atuação das políticas públicas, por meio do Território da Paz na Vila Cruzeiro, comunidade próxima ao estádio Beira-Rio.  

“A Brigada Militar está preparada para grandes eventos”, sustentou o coronel da BM João Diniz Godoi. Ele citou as edições do Fórum Social Mundial, o World Master Athletics, que reuniu 5 mil competidores no ano passado, e as finais da Copa Libertadores da América que ocorreram em Porto Alegre. Segundo o coronel, onze mil policiais foram treinados para o mundial. Ele acrescentou ainda a grande integração entre os órgãos envolvidos. “São legados imateriais da Copa.” Godoi enfatizou que a valorização da vida é a principal diretriz de atuação da Brigada.

Movimento já recebeu denúncias de tráfico humano

“Já recebemos denúncias de que crianças e mulheres estão sendo traficadas para Porto Alegre”, revelou a representante do Movimento Igualdade, Marcely Malta. O movimento vai trabalhar na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, mobilizando os agentes de saúde e distribuindo cartilhas em português e inglês. Marcely também disse que está alerta para a defesa dos direitos de prostitutas, travestis e moradores de rua.

A defensora pública Adriana Nascimento, que trabalha diretamente no tema da Copa, disse que a Defensoria Pública vai estar atenta às competências de cada órgão e trabalhar na prevenção, evitando ajuizamentos.

Para o representante do Ministério Público Estadual (MPE), César Luis Faccioli, o trabalho em rede é fundamental. Foi criada a Promotoria do Torcedor, que vai atuar em todos os jogos da Copa.

Já o coronel Erlo Pitrosky, assessor de Segurança Pública para a Copa/RS, registrou o trabalho que será realizado pelo Centro Integrado de Comando e Controle para a Copa do Mundo 2014. “A estrutura ficará depois do evento”, comemorou. Ele salientou que as principais áreas monitoradas serão as fronteiras, o Aeroporto Salgado Filho, o Beira-Rio, as áreas de turismo, os hotéis e a realização da Fanfest. Também será montada uma central de mídia que vai informar sobre os possíveis incidentes. “O papel da imprensa é fundamental.”

O secretário-adjunto de Segurança Pública, João Elbio Antunes, acredita que a prefeitura está preparada para a Fanfest, que será realizada no anfiteatro Pôr-do-Sol e também para outros eventos populares que serão promovidos pelo município em cinco regiões da cidade: Lomba do Pinheiro, Cruzeiro, Bom Jesus, Restinga e Eixo Baltazar.

A partir da última copa, realizada na África do Sul, a coordenadora do Movimento pelo Fim da Violência e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, Mariza Alberton, enfatizou que há preocupação com negligências e desaparecimentos. Porém, observando a atuação dos movimentos sociais, ela disse estar atenta para que as manifestações populares não sejam criminalizadas, tendo em vista alguns “arroubos da juventude”, que podem vir a ocorrer.

CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS

Comissão vai debater denúncias de violação de direitos de crianças pelas próprias famílias


Cristiane Vianna Amaral - MTE 8685 - 09:36 - 07/05/2014 - Foto: Gabriele Didone/Divisão de Fotografia

A Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, presidida pelo deputado Jeferson Fernandes (PT), aprovou a realização de uma audiência pública para debater a atuação dos conselhos tutelares frente às denúncias de violação dos direitos de crianças e adolescentes no âmbito familiar. O requerimento, do deputado Jorge Pozzobom (PSDB) e mais seis parlamentares, foi apreciado na reunião ordinária desta quarta-feira (7).

O requerimento de audiência pública, do deputado Miki Breier (PSB), sobre a Campanha da Fraternidade, foi prejudicado, pois já foi feito um debate sobre o mesmo tema pela comissão em março.

A reunião foi realizada na sala João Neves da Fontoura, onde ocorre em seguida, audiência pública para tratar da Polícia Cidadã em relação aos megaeventos no Rio Grande do Sul, proposta pelo presidente da comissão.

Estiveram presentes na reunião os deputados Jeferson Fernandes, Valdeci Oliveira, Aldacir Oliboni, Edegar Pretto (PT), Elisabete Felice (PSDB), Ciro Simoni (PDT), Giovani Feltes, Álvaro Boessio (PMDB) e Cassiá Carpes (SDD).

domingo, 4 de maio de 2014

CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS


Parlamentares e entidades defendem a mediação em casos de alienação parental


Luiz Osellame - MTE 9500 - 09:59 - 29/04/2014 - Foto: Marcos Eifler

Comissão de Cidadania e Direitos Humanos promoveu audiência pública na noite de segunda-feira Comissão de Cidadania e Direitos Humanos promoveu audiência pública na noite de segunda-feira A alienação parental, nos moldes da Lei 14.026 de junho de 2012, foi tema de audiência pública na noite de segunda-feira (28) na Assembleia Legislativa. Parlamentares e entidades defenderam a ampliação do debate sobre o tema e que a mediação entre as partes envolvidas seja intensificada. 

O presidente da CCDH, deputado Jeferson Fernandes (PT), que coordenou o debate avaliou positivamente o encontro proposto pelo deputado Jorge Pozzobom (PSDB) e destacou que quando uma criança é impedida de ter acesso a um dos membros da família, principalmente quando ocorrem as separações, não basta apenas que o juiz tenha uma decisão sobre a situação. É necessário um trabalho de mediação que envolva profissionais multidisciplinares, como psicólogos e assistentes sociais, para que a solução não seja apenas jurídica e leve em consideração principalmente a criança envolvida.

Jeferson também referiu que as falas dos especialistas apontam para a necessidade de um tratamento para os adultos envolvidos, mas principalmente para as crianças, que podem ficar com sequelas advindas do conflito entre os genitores. "Tem lei que regula isto, mas é necessário preparar os profissionais e os próprios envolvidos", sublinhou o parlamentar ao lembrar que o tema será tratado na rede de proteção de crianças e adolescentes que a CCDH está buscando implementar em todo o estado com as mais diversas instituições.

Prevenção e mediação
O presidente da Associação Brasileira Criança Feliz (ABCF), Sérgio de Moura Rodrigues, salientou que a audiência solicitada pela entidade tem o objetivo de fazer a sociedade gaúcha refletir sobre a alienação parental e buscar os caminhos corretos para a sua solução. Ele chamou atenção para o cuidado que se deve ter com a criança envolvida e defendeu uma maior qualificação das instituições para tratar do tema.

O representante da Defensoria Pública do Estado, Gustavo Lindenmeyer Barbieri, agradeceu a oportunidade do debate e alertou para a necessidade dos profissionais da área do Direito se capacitarem para tratar da questão.

Para a representante do Tribunal de Justiça, Isabel Cristina Fagundes, o debate sobre a alienação parental dentro do Poder Judiciário é positiva. Ela defendeu que o trabalho de prevenção seja realizado com os adultos envolvidos em disputas familiares. "As ações educativas e pedagógicas junto aos país são importantes para que todos entendam a necessidade de se respeitar as crianças envolvidas", alertou.

A representante da Clínica de Psicoterapia e Instituto de Mediação (CLIP) defendeu que através da mediação é possível afastar a alienação parental. Para ela, a alienação parental ainda é um tabu dentro do Poder Judiciário.

Para o presidente da Comissão Especial da Criança e do Adolescente da OAB/RS, Carlos S. Kremer, é necessário dar a devida importância à criança envolvida em conflitos, pois ela é vítima. Ele alertou que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no seu artigo 15, destaca que a criança e o adolescente são sujeitos de direito e precisam estar amparados juridicamente. Para ele, o juiz deveria resguardar os direitos das crianças vítimas designando um curador.

A representante do Instituto Proteger, Jamille Voltolini Dalla Nora, sublinhou que a sociedade precisa conhecer para tratar adequadamente a questão da alienação parental e que a entidade tem procurado ampliar o debate sobre a questão. Ela também defendeu a interdisciplinaridade no tratamento da questão, como prevê a legislação.

A representante da OAB/RS, Delma Silveira Ibanes, destacou que a alienação parental precisa ser enfrentada principalmente para proteger as crianças.

O presidente do Instituto Brasileiro de Direito de família RS (IBDFAM), Conrado Paulino da Rosa, defendeu a ampliação do debate sobre a alienação parental e reafirmou a necessidade de se efetivar a legislação existente sobre a questão.

A desembargadora Lizete Sebben, representante da Ajuris, saudou a discussão sobre a alienação parental e destacou que ainda há muito que avançar  e qual a melhor maneira de enfrentar a questão.

Para a representante da Sociedade Brasileira de Psicologia Jurídica (SBPJ), Denise Franke, é necessário aprofundar o debate sobre a alienação parental. Para ela, a alienação parental é uma forma de abuso, pois as crianças e adolescentes ficam privadas de conviver com um de seus pais.

A representante do Conselho Regional de Psicologia, Caroline Martini Kraid Pereira, sublinhou que o convívio familiar é a base para uma vida afetiva equilibrada e que a criança precisa ser protegida e ter seus direitos garantidos.