quarta-feira, 7 de maio de 2014

DIREITOS HUMANOS

Comissão debate preparativos para a Copa do Mundo

Cristiane Vianna Amaral - MTE 8685 - 15:33 - 07/05/2014 - Foto: Gabriele Didone/Divisão de Fotografia


Comissão ouviu órgãos e entidades envolvidas no evento

A polícia cidadã e os megaeventos no Rio Grande do Sul foram tema de audiência pública promovida pela Comissão de Cidadania e Direitos Humanos na manhã desta quarta-feira (7), na sala João Neves da Fontoura (Plenarinho). O debate foi proposto pelo próprio presidente da comissão, deputado Jeferson Fernandes (PT), tendo em vista os impactos da Copa do Mundo no estado, em especial na cidade-sede de Porto Alegre. “Queremos a garantia do direito à manifestação, mas também precisamos de mecanismos para coibir os excessos”, declarou na abertura.

Como encaminhamento da reunião, serão identificados todos os representantes de órgãos e entidades envolvidos na Copa, com seus respectivos contatos, para promover a atuação conjunta.

Representantes ressaltam objetivos comuns e integração institucional

O delegado Carlos Sant’Ana, representante da Secretaria de Segurança Pública e coordenador do programa Territórios da Paz, garantiu que o estado está preparado para preservar os direitos dos manifestantes, mas também dos outros cidadãos, inclusive seu patrimônio. Ele também afirmou que o governo está atento ao tráfico de pessoas e à exploração sexual, bem como às fronteiras. Ele ressaltou ainda a atuação das políticas públicas, por meio do Território da Paz na Vila Cruzeiro, comunidade próxima ao estádio Beira-Rio.  

“A Brigada Militar está preparada para grandes eventos”, sustentou o coronel da BM João Diniz Godoi. Ele citou as edições do Fórum Social Mundial, o World Master Athletics, que reuniu 5 mil competidores no ano passado, e as finais da Copa Libertadores da América que ocorreram em Porto Alegre. Segundo o coronel, onze mil policiais foram treinados para o mundial. Ele acrescentou ainda a grande integração entre os órgãos envolvidos. “São legados imateriais da Copa.” Godoi enfatizou que a valorização da vida é a principal diretriz de atuação da Brigada.

Movimento já recebeu denúncias de tráfico humano

“Já recebemos denúncias de que crianças e mulheres estão sendo traficadas para Porto Alegre”, revelou a representante do Movimento Igualdade, Marcely Malta. O movimento vai trabalhar na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, mobilizando os agentes de saúde e distribuindo cartilhas em português e inglês. Marcely também disse que está alerta para a defesa dos direitos de prostitutas, travestis e moradores de rua.

A defensora pública Adriana Nascimento, que trabalha diretamente no tema da Copa, disse que a Defensoria Pública vai estar atenta às competências de cada órgão e trabalhar na prevenção, evitando ajuizamentos.

Para o representante do Ministério Público Estadual (MPE), César Luis Faccioli, o trabalho em rede é fundamental. Foi criada a Promotoria do Torcedor, que vai atuar em todos os jogos da Copa.

Já o coronel Erlo Pitrosky, assessor de Segurança Pública para a Copa/RS, registrou o trabalho que será realizado pelo Centro Integrado de Comando e Controle para a Copa do Mundo 2014. “A estrutura ficará depois do evento”, comemorou. Ele salientou que as principais áreas monitoradas serão as fronteiras, o Aeroporto Salgado Filho, o Beira-Rio, as áreas de turismo, os hotéis e a realização da Fanfest. Também será montada uma central de mídia que vai informar sobre os possíveis incidentes. “O papel da imprensa é fundamental.”

O secretário-adjunto de Segurança Pública, João Elbio Antunes, acredita que a prefeitura está preparada para a Fanfest, que será realizada no anfiteatro Pôr-do-Sol e também para outros eventos populares que serão promovidos pelo município em cinco regiões da cidade: Lomba do Pinheiro, Cruzeiro, Bom Jesus, Restinga e Eixo Baltazar.

A partir da última copa, realizada na África do Sul, a coordenadora do Movimento pelo Fim da Violência e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, Mariza Alberton, enfatizou que há preocupação com negligências e desaparecimentos. Porém, observando a atuação dos movimentos sociais, ela disse estar atenta para que as manifestações populares não sejam criminalizadas, tendo em vista alguns “arroubos da juventude”, que podem vir a ocorrer.

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