Luiz Osellame - MTB 9500
A Comissão de Cidadania e Direitos Humanos
realizou reunião de trabalho na manhã desta terça-feira (7), no Palácio do
Ministério Público, para debater o Método APAC. O encontro contou com a
participação do Presidente da Fraternidade Brasileira de Assistência aos
Condenados (FBAC), Valdeci Antônio Ferreira.
O presidente da CCDH, deputado Jeferson Fernandes
(PT), destacou a importância da presença de Valdecir e sublinhou que a única
coisa que efetivamente falta aqui no Estado para a concretização da APAC RS é um
compromisso mais explícito por parte do Executivo, dizendo que aporta recursos
para a construção do prédio para ser o primeiro local de uma casa prisional do
método APAC aqui no estado. “Eu penso que devemos falar diretamente com o chefe
do Executivo estadual, que tem que nos ouvir, porque são muitas as instituições
aqui representadas, não é um movimento qualquer, mas um conjunto de entidades
unidas e convencidas que o Método APAC vai auxiliar muito na situação prisional
vivida aqui no Rio Grande do Sul. Para que tudo isso se concretize falta ainda o
compromisso objetivo do Executivo estadual”, argumentou.
A Promotora de Justiça de Controle e Execuções
Criminais Cynthia Jappur representou o Procurador-Geral de Justiça, José Barrôco
de Vasconcellos, na reunião. “A APAC tem a ver com compaixão, em colocar-se no
lugar do outro, e não com repressão”, sintetizou.
O Juiz da Vara de Execuções Criminais de Porto
Alegre, Sidinei Brzuska, lembrou que existe solidariedade dentro do sistema
prisional e essa é uma das características que é preciso frutificar. “Temos que
ter uma alternativa para aqueles que tomaram a decisão de sair do sistema de
forma plena, de mudar de vida”, ponderou.
O representante do Ministério Público RS, promotor Gilmar
Bortolotto, salientou que o encontro desta manhã foi extremamente positivo e
serviu para reforçar a convicção de que este é um projeto bom para o Rio Grande
do Sul. Para ele, conversar diretamente com o governador Tarso Genro servirá
para apresentar o projeto e dizer que investir neste projeto é programaticamente
muito bom.
Airton Michels, secretário Estadual de Segurança Pública, afirmou que a unidade da APAC em Canoas, a primeira a ser gestada no Rio Grande
do Sul, deverá ser construída no ano que vem, ressaltando que o estado não havia
feito previsão orçamentária para a obra e que é necessário seguir os trâmites
legais para a concretização deste empreendimento.
"O homem é maior que seus
erros"
O Presidente da Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados (FBAC), Valdeci Antônio Ferreira, relatou aos participantes da reunião as experiências dos 40 anos da APAC no Brasil. Hoje, 18 Estados brasileiros e 23 países possuem unidades prisionais que utilizam o método APAC. Por esse Método, condenados a penas privativas de liberdade são recuperados e reintegrados ao convívio social de forma humanizada e com autodisciplina. Enquanto os índices de fuga e reincidência do sistema prisional convencional ultrapassam 90%, nas casas APAC estes índices não alcançam 10%.
O Presidente da Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados (FBAC), Valdeci Antônio Ferreira, relatou aos participantes da reunião as experiências dos 40 anos da APAC no Brasil. Hoje, 18 Estados brasileiros e 23 países possuem unidades prisionais que utilizam o método APAC. Por esse Método, condenados a penas privativas de liberdade são recuperados e reintegrados ao convívio social de forma humanizada e com autodisciplina. Enquanto os índices de fuga e reincidência do sistema prisional convencional ultrapassam 90%, nas casas APAC estes índices não alcançam 10%.
Valdecir explicou que a constituição da APAC passa
pela criação do estatuto da entidade, que deve ser registrado em cartório e
passar pelo crivo da FBAC. Em seguida deve-se realizar assembleia pública
aberta à comunidade no local em que será instalada a APAC, seguida da
constituição do corpo diretivo e fiscal da instituição.
O presidente da FBAC destacou ainda que existem
critérios rígidos para a seleção dos apenados que ingressarão na casa prisional
APAC. Entre os critérios estão; só receber presos com situação juridica
definida; que a família do apenado resida no município em que está instalada a
APAC; que o detento manifeste, por escrito, a sua vontade de ir para a casa
prisional APAC e que seja respeitado o critério de antiguidade do apenado.
“Existem muitos interesses que serão contrariados,
porque há muita gente que ganha à custa da miséria do preso”, afirmou Valdeci
Ferreira, após a exibição de um vídeo sobre os êxitos do Método. A APAC obteve o
primeiro lugar em uma premiação do Banco Mundial entre as experiências exitosas
na área da segurança pública em todo o mundo. A entrega da distinção ocorrerá no próximo mês,
em Washington ( EUA).
Presenças
Também participaram da reunião desta manhã o procurador de
Justiça Roberto Bandeira Pereira, o coordenador do Centro de Apoio Operacional
Criminal, David Medina da Silva, o procurador de Fundações, Antônio Carlos de
Avelar Bastos, e os Promotores de Justiça de Controle e Execução Criminal Gilmar
Bortolotto e Luciano Pretto, o Defensor Público, Ivan Antunes Vieira Filho, a
Juíza Corregedora do Tribunal de Justiça do Estado, Deborah Coleto Assumpção de
Moraes, o secretário de Segurança de Canoas, delegado Guilherme Pacífico, o
representante da Ordem dos Advogados do Brasil secção RS, Roque Reckziegel, os
pastores da Assembleia de Deus, Ubiratan Batista e Lacir de Moraes, a
representante da Pastoral Carcerária da Igreja Católica, Marlene Soso, o
representante do Patronato Lima Drummond, Enio Andrade, o Superintendente da
Susepe, Gelson Treiesleben e o pastor da União Internacional dos Pastores, Paulo
Rech, entre outras pessoas e entidades interessadas no tema.
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